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Pais de adolescentes - tarefa nada fácil

A adolescência é uma etapa da vida recheada de transformações físicas e psicológicas, decorrentes da puberdade. Uma “invasão” de hormônios começa a acontecer e a atuar sobre o corpo, e a maneira de pensar e agir do adolescente diante do novo dá origem a uma série de novas atitudes.

O adolescente, por não poder mais comportar-se como criança e ainda não ser considerado um adulto, passa por momentos angustiantes em busca de respostas às suas dúvidas. A cabeça fervilha de perguntas a respeito de como lidar com as novas mudanças.

Os pais, considerados durante toda a infância como super-heróis, passam de uma hora para outra a serem encarados como caretas ou ultrapassados. Os pensamentos, opiniões, idéias e atitudes deles são vistos pelos filhos como fora de uso, o que leva a divergências familiares, sendo os adolescentes taxados de aborrecentes.

Dialogar sempre, esse é o caminho. A começar pela sexualidade que é tão polêmica. Muitos pais acham difícil falar sobre sexo com os filhos. Educados em outra época, eles sentem dificuldade em agir de forma diferente, apesar de acharem que a educação que receberam não foi boa para eles e desejarem que tivesse acontecido de outra forma. Muitos pais acham que têm que ser especialistas para falar de sexo. Alguns sentem vergonha de dizer que não sabem e que precisam se informar. A maioria nunca teve esse tipo de conversa com os próprios pais e se sente embaraçada para falar com seus filhos.

É fato que a maioria dos pais quer o melhor para os filhos. Mas justamente aí é que está o problema. É muito difícil saber o que é o melhor; as regras não são mais tão claras como no tempo de nossas avós. Antigamente as pessoas achavam que sabiam o que era melhor para os filhos. Era assim e pronto.

Assim, até os dias atuais muitos pais se tornam autoritários para não terem que enfrentar discussão e pôr em xeque seus conflitos; enquanto outros abdicam completamente do seu dever de educadores, não colocando regra alguma. Alguns pais têm receio de que, ao conversar sobre sexo, estarão despertando os filhos para uma vida sexual. O que não é verdade. Tais evidências, tornar-se-ão mais amenas se nós, adultos, conseguirmos compreender que, também fomos adolescentes e que “em nosso tempo”, como costumamos repetir inúmeras vezes, não se dispunha de tantos recursos tecnológicos como os de hoje; e isso muda tudo. O avanço tecnológico traz o acesso a informação demais e orientação de menos, pois cria-se assim uma oferta apelativa e sedutora por um mundo moderno e liberal, mas desigual.

Nesta contenda, as famílias têm perdido a batalha, pelo simples fato de não perceberem que precisam adequar os seus discursos e as suas práticas à realidade de hoje e que, para isso precisam adotar o “novo” sem desprezar o “antigo”; ou seja, precisam ajustar alguns de seus conceitos e estabelecer uma aliança com esses seres que pouco ou nada se conhecem.

A falta de um diálogo sincero e a ignorância (falta de conhecimento) é que aumentam a curiosidade e empurram o jovem para aprender apenas pela experiência – nem sempre bem orientada e consciente. Uma boa conversa vai orientar e diminuir a angústia do adolescente, de forma a proporcionar o discernimento para a tomada de decisões de maneira confiante e responsável. É um processo difícil, não se pode negar, mas é um aprendizado para todos, afinal, em tempos de crise e estresse do mundo moderno há de se encontrar refúgio e confiança num lar harmonioso e de respeito mútuo.

Drª Laura Ferreira
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